Formalização e clínica psicanalítica: a estrutura, o significante e o sujeito
Autores: Charles Lang e Hudson Andrade
Resumo: Este artigo visa explorar o modelo de formalização da clínica psicanalítica, presente na teoria lacaniana, por meio dos conceitos de estrutura, significante e sujeito. Assim como qualquer língua possui sua sintaxe, o encadeamento entre os significantes pressupõe uma estrutura que estabelece seu sistema de regras. Através da articulação entre os significantes, um saber é produzido, permitindo supor que ali houve emergência de sujeito. Nosso propósito é o de fazer uma leitura dos conceitos de estrutura, significante e sujeito de forma indissociada, pretendendo, com isso, esclarecer o modelo de formalização da clínica psicanalítica proposto por Jacques Lacan.
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Os princípios da interpretação analítica freudiana no caso do Homem dos Ratos
Autores: Cleyton Andrade e Hudson Andrade
Resumo: O presente artigo tem como objetivo investigar a estrutura e constituição da interpretação analítica freudiana no caso do Homem dos Ratos. A interpretação freudiana representa no fim do século XIX um novo modelo de inteligibilidade para os sintomas. Em seu início, ela se mobilizava na restituição daquilo que se apresentava imotivado e ininteligível ao analisante, haveria um saber por ele não sabido no qual a interpretação buscaria restituir uma relação de sentido, norteada pela Teoria do Complexo de Édipo. Contudo, um elemento heterogêneo passa a se destacar na clínica freudiana, indicando um ponto não susceptível ao deciframento interpretativo. Esse limite ao acréscimo de sentido não indicaria uma imperfeição ao saber interpretativo, ao contrário, é ele que estruturaria o próprio saber. Lacan indica uma crise na interpretação freudiana entre os anos de 1910 e 1920, haveria um descompasso entre seu material clínico e sua construção teórica. Isso levaria Freud a uma revisão de sua teoria nos anos subsequentes, concebendo um além do princípio do prazer, o que implica não apenas em uma nova concepção do aparelho psíquico, como, também, uma redefinição de sua interpretação.
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O psicanalista: um cosmonauta de uma erótica futura
Autores: Hudson Andrade e Marta D’agord
Resumo: Freud considerou sua hipótese sobre o inconsciente tão revolucionária quanto o darwinismo e o heliocentrismo. Segundo o autor, o narcisismo humano foi atacado por três lados diferentes com cada uma das disciplinas: com o descentramento da consciência em relação ao inconsciente, com o homem deixando de ser o último estágio da criação divina e com a Terra sendo retirada do centro do universo. Porém, diferente do fundador da psicanálise, Lacan considerou que o gesto realmente revolucionário não foi produzido por Copérnico, mas pela introdução realizada por Kepler do movimento elíptico. Tanto o geocentrismo como o heliocentrismo preservaram o modelo perfeito e harmônico dos movimentos circulares, o que só foi modificado por causa da introdução do movimento acêntrico e desarmônico das elipses pelo pai da astronomia moderna. O pensamento matemático foi fundamental no trabalho de Kepler por tornar pensável algo que até aquele momento era impensável. Nesse trabalho buscamos apresentar algumas considerações sobre o uso feito por Lacan da escrita geométrica à clínica psicanalítica e seus desdobramentos nos conceitos de inconsciente, sujeito e desejo.
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Sobre a teoria da nominação em J. Lacan: do ato à invenção
Autores: Andréa Guerra e Hudson Andrade
Resumo: Desenvolvemos a tese de que há ao menos duas proposições do psicanalista J. Lacan quanto à teoria da nominação. Nós a localizamos a partir da análise de dois paradigmas extraídos dos mitos freudianos de “Totem e tabu” e de “Moisés e o monoteísmo”. Uma primeira teoria calcada na premissa de que o ato funda a condição do nome, a partir do assassinato do pai como elemento de regulação e referência. E outra de que, diante do impossível de assimilar, é preciso a invenção de um nome, a partir do qual se orienta um sujeito ou um povo. As consequências extraídas dos dois paradigmas dizem respeito ao sujeito e ao laço social, conformando modos políticos e subjetivos diferenciados de racionalidade discursiva e de operacionalidade subjetiva.
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